AMO-TE H.
MUITO
R.
25 de Julho de 2008
Estou de férias.
Nunca pensei não gostar desta frase.
Estas férias significam apenas que fui despedido.
Que merda! Foda-se!
Logo nesta altura do ano, em que o pais pára e não se passa nada. Nem adianta muito começar a procura de novo emprego.
Nem sei muito bem o que fazer.
Acho que devia mudar o nome do blog para:
“QUOTIDIANO DE UM GAY DESEMPREGADO”
Enfim....
R.
24 de Julho de 2008
Nem sei muito bem como começar este post....
Fui trabalhar, hoje estava a fazer o turno da tarde. Cheguei e como sempre fui cumprimentar o gerente. Ele de cara seria disse-me que precisava de falar comigo, mas não na loja, e convidou-me para sair e ir tomar um café. Achei estranho, e vi logo que era algo grave, mas não estava nada a espera do que foi falado.
Chegamos, pedimos café e sentamo-nos.
Resumindo a conversa: O meu contrato de trabalho não vai ser renovado.
Ou em bom português: - Fui despedido!
Apartir de amanha já não vou trabalhar.
Ainda tentei acabar o dia. Não consegui. Já não tinha coragem nem disposição para lá estar mais. Falei com o gerente, entreguei as chaves da loja, e basei a meio da tarde.
Foda-se!
R.
23 de Julho de 2008
Este dia passou rápido.
Dormi quase a manha toda, e no principio da tarde, no final da banhoca, e quando ia avisar o meu lindo que ia sair para ir colocar estes post on-line, o meu H. manda uma sms a dizer que vinha ter comigo.
Fiquei surpreendido. Isto de poder tirar tardes quando lhe apetece é optimo.
Esperei por ele no nosso café, e quando chegou, lá ficamos a conversar. Era mesmo preciso. Falar. Conversar e ouvir.
Assuntos resolvidos.
Viemos para casa e logo nos agarramos. 69 é um belo número.
R.
22 de Julho de 2008
Para não variar muito, este final de noite tive um stress com o H.
Tudo começou porque o meu lindo ao final da tarde, quando saiu, foi a casa da vóvó, e teve montes de tempo para responder as sms. Para ser sincero, passou-me outra coisa pela cabeça. Só quando saiu é que me disse que ia lá, e como ficou em silencio tanto tempo entre as sms, que me passei.
Para pior as coisas, a meio da noite, acabei o tabaco, e aproveitei para tomar um descafeinado. Sentei-me na esplanada um pouco, e para azar dos azares, o L. passou, viu-me e sentou-se ao pé de mim a conversar um pouco sobre o estagio. O H. perguntou-me pouco tempo depois se estava sozinho, e como nunca lhe menti, respondi a verdade, que não estava sozinho, que tava a falar com o L.
Saltou-lhe a tampa. Mandou-me logo uma sms a perguntar se estava a brincar com ele.
Como já tinha acabado o café, passado poucos minutos do L. se sentar, e até porque não estava com muita cabeça para estar na conversa com ninguem, voltei para casa. Pouco depois estava o H. a ligar-me, lavado em lagrimas. Até saiu da esplanada e tinha ido para casa para chorar de nervosismo e raiva. Fiquei a ferver por dentro, mas lá o tive que acalmar.
O H. tem no L. o seu arqui-inimigo. Sem razão nenhuma. Já escolhi quem eu quero há muito tempo.
Como o H. diz, o problema não sou eu, são os outros.
Para mim isto só diz que ele confia em mim desde que esteja sozinho, porque se algum gajo chegar ao pé de mim, e se insinuar, eu não vou resistir. Isto aflige-me. Só espero que um dia ele consiga entender que sou só dele, e que nem sequer me vou colocar numa posição que seja proprícia a acontecer algo que não deva.
Ontem o H. perguntou-me que tinha que fazer para eu acreditar que ele me ama.
Nunca precisei de provas. Alias ele já me deu todas as provas que precisava, sem eu as pedir, e provavelmente sem ele saber que as estava a dar.
Mas de facto já lhe pedi 3 coisas. Coisas essas que sei que ele nunca vai conseguir fazer.
E só para que conste:
1º - Já lhe pedi vezes sem conta para que parasse de utilizar o tlm (sms e chamadas) e que tivesse mais cuidado com as velocidades a que anda. – Sei que nunca vai acontecer. Ele sente-se seguro a faze-lo. E sei que só irá parar quando o pior acontecer.
2º - Que me inclua mais na sua vida. A maior parte das vezes (para não dizer sempre), para saber algo da vida dele, tipo o que faz, onde anda, se está ou não bem, sozinho ou acompanhado, como está a correr o serviço, como está a esplanada, etc, tenho que ser eu a perguntar. E muitas vezes tenho que o fazer 2 e 3 vezes antes de obter uma resposta. Gostava que essa informação me fosse dada sem ter que andar sempre a perguntar-lhe. Acho que se não tivesse sempre a perguntar-lhe nada sabia da sua vida.
Sei que até poderá não significar muito, mas para mim significa.
Ele da minha vida conhece tudo, os sitios que frequento, onde vivo, a maior parte dos meus amigos (aqueles que sabem que sou gay, bem como aqueles que não), até a minha familia conhece. E que sei eu do quotidiano dele? Apenas o que lhe pergunto.
3º - A última e para mim a mais importante. Que confie mais em mim. Que acredite no meu amor e entrega total a ele, e que controle os ciumes e desconfianças, para poder viver melhor e totalmente o nosso amor e relacionamento.
Acho que perdemos oportunidades de crescimento na relação porque temos o fantasma dos ciumes e desconfianças sempre presente.
Creio que a maior parte (ou será a totalidade) das vezes que nos chateamos, se devem a uma destas 3 razões.
Sei que o amo. E isso não tem que ter outros motivos, nem explicações. Apenas é assim. Amo-o.
R.
22 de Junho de 2008
Dormi mal esta noite outra vez.
Um pesadelo horrivel, que ainda por cima é recorrente. Tenho este pesadelo há anos. Por acaso há muito que não acontecia, já houve alturas que o tinha dias seguidos, mas deixa-me sempre de rastos.
Basicamente, estou numa praia (que não sei qual é, mas é sempre a mesma) e a determinada altura olho para o mar e vejo que vem em minha direcção um tsunami. Começo a correr, a tentar fugir e normalmente acompanhado por alguem. Nunca me lembro de conhecer essa pessoa, e nem sempre é a mesma. Não me lembro de quem era esta noite. Esta noite consegui escapar, mas nem sempre é assim. Lembro de alturas em que cheguei a ser apanhado pela onda gigante e morrer.
Não faço ideia do que significa, nem porque é recorrente.
R.