20 de Abril de 2009
Já há um tempo que isto anda a acontecer. O H. até já tinha feito menção disso no seu blogue, mas eu esperei mais um tempo para dize-lo, mas hoje foi confirmado e de que maneira!
Embora se calhar já havia começado há mais tempo, só na semana em que o meu nino esteve aqui de férias é que me apercebi. Um dos gajos que é dono da pasteleria que custumo frequentar andava a olhar para nós de uma maneira que nada engana. Como lhe retribuia-mos os olhares, ele começou a ficar mais ousado. Olhava quase a descarada, piscava o olho a mim ou ao H. e sempre que nos dava o troco da despesa fazia umas festas na palma da mão. Eu e o H. achamos engraçado.
Eles são dois donos. Em termos físicos quer ele quer o outro tem muito bom ar. Ambos na casa dos quarentas. Este que faz o flirt é do agrado do meu nino. Eu pessoalmente gosto mais de ver o outro. Mas gostos não se discutem.
Hoje levei o pc para o café, como tenho andado a escrever alguns contos para o projecto “partilhate” e como já ando em fase de revisão poderia-o fazer no café. Sentei-me numa mesa bastante iluminada de modo a poder apanhar sol na moleirinha. Na mesa ao lado sentou-se o tal dono. Também ele ao pc. Estava eu entretido numa das história quando ouço o música do meu post anterior. Levantei os olhos do ecran. No pc do J. (o tal dono do café) estava a passar o video. Ele percebeu o meu olhar e aproveitou e meteu conversa.
Começamos evidentemente por falar daquela senhora, mas rápidamente nos metemos numa amena cavaqueira. Fiquei surpreendido. Pensava que a conversa ia resvalar para o flirt descarado, mas enganei-me. Falou dele, da vida dele, de projectos em que está envolvido, e já nem me lembro muito bem como a conversa foi parar ao estado civil. Já tinha sido casado, e que já conhecia o J (o outro dono do café) há muitos anos, e que nunca havia suspeitado, mas a vida é assim.... e que já havia se importado mas agora passava-lhe ao lado o que as pessoas diziam dele, e da sua orientação sexual etc e tal.....por outras palavras acabava-se de se assumir, a ele e ao companheiro, e claro que também não dei parte fraca, falei de mim e do H. como companheiros e namorados que somos.
Gostei da conversa. Especialmente por não ter tido qualquer tipo de tensão sexual. Apenas conversa simples e sincera. Sem jogos de palvras. A conversa normal de duas pessoas que se acabaram de conhecer, e que coincidentemente tem um “segredo” em comum. Agora já conheco mais um casal gay aqui na cidade, e acho que isso é uma coisa muito positiva.
R.