1 de Janeiro de 2009
Ano novo.
Altura para contar como foi a passagem de ano.
Eu e o meu nino tivemos juntos, numa festa que nunca pensei acontecer.
A S. e as amigos do bar, como já o fizeram o ano passado, organizaram a passagem na casa de uma delas, e toda a semana andaram-me a perguntar se já tinha planos, e se não queria me juntar a eles, que poderia levar quem eu quizesse.
Como quem eu gostava de levar era o meu H. fui sempre dizendo que logo veria.
Lá falei com o meu nino, e como não tinhamos mais planos, decidimos ir. Mas ainda tinha que arranjar uma desculpa para aparecer lá em casa com um amigo.
Nenhum deles sabe que sou gay, e todos sabem que tenho alguem especial na minha vida, mas pensam que é uma menina.
Inventei então uma mentira. Que a tia da minha “nina” tinha falecido e que fiquei sem planos, e que o meu amigo H. também não tinha sitio para ir, claro que aceitaram, eles já conhecem o H. de algumas vezes que ele foi lá ao bar, e porque todos jogamos travian na mesma aliança.
Antes de irmos lá para o apartamento, logo que o meu nino chegou, fomos tomar café com o meu mano e cunhada. Ainda tivemos um bom bocado à conversa, até que tivemos que sair para ir comprar champanhe para não aparecer-mos de mãos a abanar. Como o mano também precisava de ir ás compras fomos os 4 para o modelo.
Quando chegamos ao estacionamento perto da casa do mano para os deixar, alguem se lembrou de ir beber mais umas minis. Tentei dizer que não, fiz sinal ao meu nino e disse-lhe que ainda tinha que ir ao shopping e só faltava 15m para fechar, mas ele não me ligou. Saimos todos do carro. Eles foram beber, e eu não.
Há anos que tenho a tradição de comprar hoje os boxers para usar nesta noite. Ou azuis ou vermelhos e dourados, sempre minutos antes da loja fechar. É uma daquelas coisas que gosto de fazer. Pode ser uma suprestição estúpida, mas é minha!
Este ano foi vencida por uma nini. O meu nino não foi comigo. Fiquei mesmo muito triste. Ele preferiu ir beber do que me fazer esta vontade.
Entramos no carro, comigo triste, fomos até casa para eu poder então vestir uns outros boxers azuis, demos um beijo e fomos para casa da S.
Fomos os primeiros a chegar. So estava a dona da casa e a irmã.
Metemos logo as mãos ao serviço. Eu na cozinha, e o meu nino a acender a lareira e a começar a assar os chouriços, farinheiras e tudo o mais.
Conforme o resto da malta foi chegando, fui apresentando o H. e além do nome proprio dizia também os nicks do travian, tinha a sua piada. No total eramos 9.
Enquanto acabavamos os petiscos ia-mos conversando e bebendo umas minis, e via o meu nino a conversar também e a divertir-se. Pelo menos parecia-me.
Lá nos sentamos à mesa. E começamos a enfardar. Salgados, queijos, enchidos, e muito marisco.
Conversa, piadas, alcool e muita comida. A esta altura já os pcs debitavam aquelas canções que gostamos e sabemos de cor!
Tao depressa estavamos de volta do camarão, como cantavamos em coro as canções do Paião e das Doce.
Como eramos todos amigos, com muitos gostos em comuns, a animação é garantida. Em especial eu e 3 delas somos loucos por musica portuguesa dos anos 80. sabemos uma quantidade infidavel delas de cor, e da mesma maneira que fizemos o ano passado, tivemos que passar em revista o maximo possivel, a cantar bem alto, algumas delas até coreografia já temos. A esta altura da noite o meu nino já estava com um bom andamento nas minis. Sinceramente não sabia se estava a divertir.
Foi sempre a abrir até perto da meia-noite. Só tivemos tempo para ir buscar o espumante, as colheres de pau para fazer barulho, e ir-mos para a varanda.
As rolhas saltaram, as passas foram comidas, e os beijos e abraços dados. Fiquei com uma vontade enorme de poder dar um grande beijo ao meu nino, mas ali não podia.
Passado as badaladas, e muito, muito champanhe, a S. o J. e o S. tiveram que sair para ir para ir abrir o bar. Nós ainda ficamos mais um pouco.
Ainda emburcamos mais umas garrafas de bolhinhas a ver os genéricos de desenhos animados (e a canta-los claro) da nossa infancia.
Chegou então a altura de sair-mos todos. Foi aí que me apercebi que o H. estava já bem bebido, e ainda tinha que conduzir.
Com a unica que não bebeu no carro a nossa frente, lá fomos devagar e por estradas onde provavelmente não apanhariamos policia. Felizmente chegamos a casa, deixamos o carro e fomos no carro dela até ao bar.
Quando lá chegamos estava cheio. Já lá estava o mano e cunhada também.
Mais umas quantas garrafas de champanhe, imperiais e shots. O H. teve que se sentar e mais nada bebeu toda a noite.
Por volta das 4 e pouco alguem se lembrou de irmos para a disco cá da cidade. Não me estava nada a apetecer, mas como o H. queria, la fui também. Foi engraçado ver o meu nino a dancar.
Saimos de lá já passava das 6, e viemos directos para casa. Quando voltei do wc já o H. dormia. Entrei na cama, e adormeci também abraçadinho a ele.
A nossa primeira passagem de ano juntos.
R.