11 de Outubro de 2008
É tão bom acordar juntinho ao meu nino.
Tinhamos pensando em irmos para lx, mas a ameça de chuva da metereologia, fez-nos repensar as coisas. Sem ter grandes planos traçados, despachamo-nos e fomos almoçar ao shopping aqui do burgo. Como não tinhamos mais nada pensado, resolvemos ir até ao Forum Montijo. Embora ainda seja longe, pelo menos sempre davamos um giro por um sítio diferente.
Já no caminho, e a meio da ponte Salgueiro Maia, reparamos que o ceu estava todo limpinho e num vipe, decidimos que valia a pena arriscarmos ir para o Bairro alto. Voltamos logo para a cidade, e depois de enfiar meia duzia de coisas numa mala, partimos para lx.
Já a meio caminho para a capital, liguei para a residencial Anjo Azul para ver se tinham quartos disponíveis. Não tinham nada. Completamente cheio. E a “Globo” também. A senhora que nos atendeu o telefone ainda disse que provavelmente uma outra que também é gayfriend, a “lua” qualquer coisa, teria uma quarto. Decimimos ainda assim, arriscar e continuamos o caminho.
Depois de quase 40m às voltas no parque das nações à procura de um lugar minimamente seguro para deixar o carro, tivemos mesmo que o deixar num dos parques pagos. Pelo menos, sempre ficava minimamente vigiado.
Ainda tivemos que fazer uma visita rápida à Zara e a Quebra-mar do “Vasco da Gama” para comprar umas camisas para vestirmos à noite.
Enfiamo-nos no metro e pouco tempo depois estavamos no Chiado. Subimos ao bairro alto e fomos até ao “Anjo Azul”. Embora não tivessem quartos, podia ser que nos ajudasem. E assim foi. A Senhora que estava na recepção indicou-nos umas três residenciais que embora não fossem gay, talvez tivessem quartos livres.
A primeira que nos indicou estava também já cheia. Já a entrar em desespero começamos a rumar para a zona do rossio, que embora fosse um bocado longe, talvez lá houvesse algum quarto. Ao passar numa das ruas, o meu nino viu no final dessa mesma rua o sinal de uma residencial. Como não tinhamos nada a perder, arriscamos.
Como tinham vaga, ficamos logo alí na “Residencial do Norte”. Quando subimos para o quarto é que foi pior. O quarto era mesmo muito mau! Pequeno, tecto baixo, e mobila horrivel. Nem tv tinha. O wc era claramente improvisado, e só dava vontade de rir. Mas pelo menos tinhamos um quarto e como era mesmo só para dormir umas horas e tomar banho, também não procuramos mais. Depois do meu nino tomar um banho, vimos no chão uma osga bébé. Fiquei a pensar, se esta era bébé, onde andariam os pais?
O H. ainda andou a ver se os via algures no quarto, e decimos que o melhor era vir para o quarto mesmo muito bêbados para nem pensarmos mais onde raio estavamos a dormir.
Depois do meu banho saímos para ir jantar. Ficamos logo num restaurante perto da residencial. A fome já era muita. Nas ruas eram só estrangeiros. Muitos espanhois e nórdicos.
Fomos tomar café à “Brasileira”. Ainda era cedo para irmos para a night, e ficamos um bom bocado a ver quem passava. Realmente aquilo é mesmo uma zona de encontro para gays. Deu para lavar-mos as vistas em dois gajos mesmo muito giros que lá estavam, e infelizmente também estava lá um velho que não parava de nos fixar. E mesmo durante o resto da noite no bairro alto, andava sempre a ver se nos via e não parava de olhar e sorrir. Tinhamos mesmo que nos virar de costas para ver se ele percebia que não queriamos nada com ele.
Demos uma voltinha alí pelas ruas do chiado, e fomos finalmente para o bairro alto.
Começamos a noite no “Portas Largas”.
Nada demais. Ainda estava tudo muito calmo. Embora já um gajo que estava sentado ao nosso lado, tivesse a galar o meu H.
Dalí fomos para o “Setimo Ceu”. Ainda estava praticamente vazio. Pouco tempo depois de nos sentarmos, entrou um gajo que não parou de olhar mais para nós. Baixinho, nem por isso feio, com um belo rabo e pernas. Sentou-se ao balcão e até se virava para trás só para olhar para nós. Claro que de vez enquando também olhavamos.
E assim começou a noite. De bar em bar, de esquina em esquina. A determinada altura havia tanta gente na rua que até fazia aflição. Muitos gays. Alguns muito giros, bastantes bichas, e alguns velhos.
Engraçado é que o meu nino fartava-se de ser galado ou por velhos ou por bichas. Eu ainda troquei olhares com dois ou três gajos muito giros.
O gajo que nos mirava no “Setimo ceu” até parece que andava atrás de nós. Para qualquer lado que fossemos, passado pouco tempo lá estava ele. Vimos também muitos dos gajos que haviamos visto no chiado enquanto tomavamos café. Em especial o raio do velho que não parava de olhar para nós.
Embora da outra vez que lá fomos me tenha divertido mais, também gostei desta noite. Muito mais gente na rua, as vezes até demasiadas. Eram três da manha quando acabamos a noite. Os bares começaram a fechar e as nossas pernas começavam a dar sinais de cansanço. Enquanto falavamos um com o outro, o tal gajo que nos andava a perseguir toda a noite, acabou por se aproximar, e apresentou-se. Chamava-se Manuel, vivia em Londres, e era timorense.
Perguntou-nos se eramos namorados, e logo que lhe dissemos que sim, o interesse dele diminui. Despedimo-nos dele e fomos para o quarto.
Adormece-mos pouco depois.
R.